Mais líderes cobram pela anistia e Motta terá de pautar o projeto

A pressão aumentou e Motta decidiu convocar os líderes
Lauriberto Pompeu
O Globo
A expectativa sobre uma eventual votação do projeto de lei que anistia os envolvidos no 8 de janeiro, com possível favorecimento ao ex-presidente Jair Bolsonaro, cresceu dentro da Câmara.
Líderes partidários tentam um acordo para que o tema seja pautado após o julgamento da trama golpista, que deve acabar no próximo dia 12 de setembro.
ALTA PRESSÃO – Após reunião com líderes, o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), reconheceu o aumento da pressão no Legislativo. Nos últimos meses, o deputado vem resistindo a pautar o assunto.
— Os líderes estão cobrando, estamos avaliando e tem que conversar mais — disse Motta, admitindo: — Aumentou o número de líderes pedindo.
O movimento a favor do texto cresceu com a articulação do governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos), que é apontado como um nome para representar a oposição na eleição presidencial de 2026.
PELO TELEFONE – Tarcisio tenta ganhar o apoio de Bolsonaro ao articular o projeto e conversou com o assunto por telefone na segunda-feira com o presidente da Câmara, seu colega de partido.
Segundo relatos, Motta declarou que o tema é complexo e uma anistia ampla não passa, mas não se negou a discutir o texto.
O chefe da Câmara reuniu líderes partidários na tarde desta terça-feira e, segundo presentes, descartou votar a anistia nesta semana. Motta declarou que o assunto precisará voltar a ser discutido em uma próxima reunião com líderes, que pode acontecer na quinta-feira desta semana ou na terça-feira da semana que vem.
INELEGÍVEL – Diante da pressão de Bolsonaro no Poder Judiciário, aliados tentam aprovar uma anistia, mas ainda não sabe em que amplitude e se haveria apoio para reverter a inelegibilidade dele ou eventual condenação na trama golpista.
As bancadas do União Brasil, PP e Republicanos pressionam para que o tema seja pautado e até deputados governistas avaliam agora que o tema ganhou força e pode ser colocado em votação no plenário da Câmara.
– Existe essa discussão, cresceu o movimento com a presença do governador de São Paulo, Tarcisio, aqui em Brasília, de colocar em discussão essa questão da anistia para depois do julgamento. Isso é um equívoco – admitiu o líder do PT, Lindbergh Farias (RJ).
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