Blindagem derrubada expõe crise no PSB e fragilidade de Pedro Campos

      O Senado sepultou de vez a chamada PEC da Blindagem, apelidada pela população de PEC da Bandidagem. A proposta, que buscava criar mecanismos de proteção para parlamentares diante de processos judiciais, foi rejeitada após forte pressão popular e ampla mobilização de diversos setores da sociedade.

Entre os partidos que entraram em contradição está o PSB, presidido nacionalmente pelo prefeito do Recife, João Campos. A bancada socialista inicialmente se alinhou ao texto, mas depois tentou se descolar da votação diante da repercussão negativa. O próprio João Campos declarou que não sabia da decisão de seus deputados, numa reação que soou como surpresa tardia e pouco convincente.

O episódio ganhou contornos ainda mais delicados em Pernambuco com o voto do deputado federal Pedro Campos, irmão do presidente do PSB. Ele esteve entre os que apoiaram a PEC da Blindagem, mas recuou diante da enxurrada de críticas. A reação popular foi imediata e dura, colocando em xeque a coerência do partido e o compromisso com a ética pública.

Pressionado, Pedro Campos gravou um vídeo pedindo desculpas e tentando justificar sua posição. A defesa, porém, foi considerada frágil e incapaz de convencer. Ao afirmar que sua intenção era proteger pautas do governo federal, ele acabou revelando insegurança política e falta de firmeza. Para muitos, a tentativa de se explicar deixou claro que ainda não está preparado para a envergadura de ser deputado federal.

O desgaste foi inevitável. O PSB sai menor dessa votação e carrega uma marca que será lembrada nas eleições de 2026. A postura de Pedro Campos, em especial, expõe imaturidade e fragilidade, tornando-se um símbolo de como a pressão popular pode desmoralizar quem não sustenta convicções claras.

A derrota da blindagem foi uma vitória da sociedade e uma derrota para todos os que tentaram proteger privilégios. No caso do PSB, a crise se aprofunda e traz reflexos diretos para o futuro político do partido em Pernambuco e no Brasil.

GP