Editorial | Gazeta Pernambucana – O Recife não pode ser entregue ao medo.
Vídeo revela o abandono noturno no centro da cidade
Um vídeo recente publicado pelo perfil “Recife Ordinário”, com imagens captadas pelo operador de drones @yegor_drones.ofc, escancarou uma realidade conhecida por milhares de recifenses: andar pelo centro da cidade à noite é um ato de coragem. Ou, como ironizou o próprio post, “nosso Halloween é caminhar de madrugada pelas ruas do Recife”.
As imagens falam por si: ruas completamente vazias, iluminação precária, nenhum agente da Guarda Municipal visível e um silêncio que mais apavora do que acalma. É nesse cenário que se constrói o medo cotidiano da população. A cidade não dorme, mas é como se tivesse sido abandonada.
O Recife, como tantas capitais brasileiras, sofre com o fenômeno do esvaziamento noturno de seus centros urbanos. Mas aqui, a gravidade parece maior: a ausência de presença institucional, a escuridão que domina vias históricas e a indiferença do poder público formam um caldo perigoso. Trata-se não apenas de um problema de segurança, mas de cidadania.
Onde está a Guarda Municipal? Por que os equipamentos de iluminação pública são tão falhos em regiões centrais? Que política urbana se desenha para uma cidade que parece apagar suas luzes depois das 18h?
Outras capitais, como Curitiba, Fortaleza e Salvador, têm investido em programas de revitalização noturna, iluminação inteligente, policiamento comunitário e ocupação cultural dos centros urbanos. Não se trata apenas de iluminar as ruas, mas de devolver o direito à cidade a quem nela vive.
O poder público municipal precisa reagir com urgência à realidade que se impõe. O abandono não pode ser a política. E o medo não pode ser a companhia noturna do cidadão.
É hora de reacender o Recife.
VEJA O VÍDEO:
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