A crônica domingueira. Por Magno Martins
Embora seja natural, causa sofrimento, se não for bem administrada. Por sua conotação, poucas pessoas admitem senti-la. Sou um homem feliz, temente a Deus, apegado a família e desprovido de qualquer sentimento invejoso. Segundo a Bíblia, a inveja é pior do que a ira e o furor.
É um sentimento maligno que algumas pessoas nutrem pelas outras. Peço a Deus todos os dias para nunca ser contaminado por esse mal. Mais do que isso, para ser protegido pela sua graça das assombrações e tentações dos invejosos, dos olhos de cão.

A inveja é uma doença, vem do maligno, dizia minha mãe, me aconselhando: “Fuja dos que te invejam, dos falsos”. Nunca esqueci seus conselhos e admoestações. Mãe é anjo sagrado enviado por Deus. Com o tempo, o senhor da razão, fui me convencendo de que a inveja é o aplauso silencioso de quem não teve coragem de lutar, de batalhar na vida, sem medo de tempestades.
Quem te inveja, saiba disso com convicção e experiência, te acompanha de longe, porque de perto não aguenta o teu brilho. Cuidado com a inveja! Ela costuma vir disfarçada de um tapinha nas costas querendo ser amiga de todo mundo. Se há invejosos, é porque o invejado está fazendo algo bem-sucedido.
A inveja é tão vil e vergonhosa que ninguém se atreve a confessá-la. Dura sempre mais tempo que a felicidade daqueles que invejamos. Aprendi que com intelectualidade pura cria-se invejosos e com o coração, amigos. Quem vive comparando a vida dos outros, esquece de viver a sua.
O invejoso não quer apenas o alheio, ele não suporta ver ao seu redor quem conquistou bonanças, quem subiu a montanha de pedras sem esmorecer um só instante. Os invejosos zombam do que haviam de admirar, e fazem farsa do que deviam aplaudir.
A inveja não rouba nossa luz, só revela quem nunca soube brilhar. Os invejosos estão em todos os cantos, disseminando o mal. Há conselhos que minha mãe me ensinou para escapar das garras dos invejosos. Para não despertar tanta inveja nos outros, me aconselhava a evitar contar vitórias retumbantes, apenas revelar nossas lutas diárias para sobreviver.
A Bíblia nos adverte com firmeza: “O coração em paz dá vida ao corpo, mas a inveja é podridão dos ossos” (Provérbios 14,30). E São Tiago acrescenta: “Onde há inveja e ambição egoísta, aí há confusão e toda espécie de males” (Tiago 3,16). O versículo descreve a inveja como a raiz de muitos problemas, pois gera desordem, perturbação e uma série de ações perversas.
Já a sabedoria que vem do céu é pura, pacífica, amável e cheia de misericórdia e boas obras, mostrando que a inveja é um oposto da sabedoria divina. A inveja, como um fato clínico, é originária da intensificação do ódio, sendo mobilizada pela pulsão de morte voltada contra o próprio sujeito invejoso.
A inveja é um tipo de dor psicológica sentida quando, ao nos compararmos a outros, avaliamos que nosso valor, nossa autoestima e nosso autorrespeito estão diminuídos. Inveja é a dolorosa observação daquilo que nos falta.
Sentimos inveja quando outra pessoa tem características superiores às nossas. Para quebrar a inveja, é possível adotar práticas espirituais e comportamentais, como o desenvolvimento pessoal e da gratidão, além de orações. A neutralização da inveja também envolve o autocuidado, o fortalecimento interno, a busca por ambientes positivos e o afastamento de pessoas invejosas.
A maior arma contra a inveja alheia é ser incondicionalmente feliz. Quem vive bem resolvido no amor, no trabalho, na família, entre amigos, enfim, não inveja a ninguém.
Pense nisso! Não adianta torcer contra ou invejar. Quem tem Deus no coração não há maldade que atinja. Sorria! A felicidade é nosso maior escudo contra a inveja alheia. A maior arma contra a inveja, mau-olhado e ódio é a bondade, a paz e a felicidade. Então, não deixe nenhum mau-olhado ofuscar seu brilho, pois essa é a lei da vida.



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