Sheikha Moza Nasser e Hamlet: A convergência dos exílios no livro de Flávio Chaves

Subtítulo: Em sua nova obra, o acadêmico Flávio Chaves entrelaça os destinos de Sheikha Moza e Hamlet para revelar que do exílio, do amor e da reinvenção nasce o verdadeiro poder. O lançamento acontecerá no dia 13 de novembro, às 19h, na Academia Pernambucana de Letras.

Quando o Exílio se Converte em Luz: Flávio Chaves lança “Sheikha Moza, Hamlet e o Exílio” na Academia Pernambucana de Letras

Há livros que não apenas contam uma história, mas decifram a alma de uma época. “Sheikha Moza, Hamlet e o Exílio”, novo lançamento do escritor Flávio Chaves, é um desses raros artefatos de linguagem que não se contentam em ser lidos: querem ser vividos. O evento de lançamento acontecerá no dia 13 de novembro, às 19h, na Academia Pernambucana de Letras, e promete ser mais que um ritual literário. Promete ser um reencontro com aquilo que, mesmo calado, nunca deixou de arder.

Neste livro, Flávio costura dois destinos aparentemente inconciliáveis: o de Hamlet, príncipe dilacerado pela dúvida, e o de Sheikha Moza, mulher que atravessou o deserto do exílio para erguer, com palavras e gestos, um novo conceito de poder. Essa convergência não é acidental. Ela revela uma chave: o poder verdadeiro não nasce da posse, mas da perda. Não se impõe, mas se reinventa. E é justamente da dor que Sheikha Moza extrai sua dignidade altiva, seu brilho sereno, sua força imável.

Exilada quando jovem, Moza foi atravessada por ausências e desterros que moldaram seu olhar sobre o mundo. Poderia ter sucumbido à sombra, mas preferiu a luz. Quando retorna ao Qatar, não é com sede de vingança, mas com uma ternura ativa, firme, quase revolucionária. Liberta o pai das grades políticas que o mantinham cativo e, nesse ato simbólico e visceral, revela ao mundo que o amor é também um instrumento de reforma. Casa-se por paixão, não por conveniência. Assume uma posição que não é de adorno, mas de direção. E, a partir desse lugar de escuta e decisão, transforma instituições, reinventa práticas, emancipa olhares.

Hoje, Sheikha Moza é reconhecida como uma das maiores lideranças femininas do mundo. Não por acumular títulos, mas por ter compreendido, com a profundidade dos que foram feridos, que o poder não serve para esmagar, mas para erguer. Seu exemplo ecoa, não como ruído de mando, mas como melodia de uma nova política: a da beleza, da escuta, da construção compartilhada.

Flávio Chaves, com sua escrita ao mesmo tempo filosófica e poética, não escreve sobre Moza, ele a atravessa. E ao colocar Hamlet ao seu lado, provoca em nós uma inquieta reflexão: que princípio do mundo nasce quando a hesitação encontra a coragem? Que tempo é esse em que o trono não é mais um lugar de mando, mas de metamorfose?

A noite do lançamento será um desses raros instantes em que a literatura se reaproxima de seu destino original: tocar o indizível. Haverá falas, abraços, assinaturas, mas haverá, sobretudo, silências densos, como quem escuta um oráculo.

Ir à Academia Pernambucana de Letras nesse 13 de novembro não é apenas prestigiar um autor. É participar de uma celebração da lucidez, num tempo em que a superficialidade se traveste de urgência. É reencontrar-se com a ideia de que ainda é possível pensar com profundidade, amar com inteireza, escrever com sangue.

E, quem sabe, encontrar na história de Moza algo que nos pertença: a possibilidade de voltar do exílio e, ao retornar, libertar também os que ficaram.

Lançamento do livro “Sheikha Moza, Hamlet e o Exílio”
Autor: Flávio Chaves
Data: 13 de novembro (quarta-feira)
Hora: 19h00
Local: Academia Pernambucana de Letras — Av. Rui Barbosa, Recife
Entrada livre. Leve seus olhos, sua escuta, sua sede de permanência.

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