Sport fora do trem. Por CLAUDEMIR GOMES

 

    Por CLAUDEMIR GOMES  –  A derrota – 3×2 – do Sport para o Vasco, na noite do domingo, na Ilha do Retiro, foi um autêntico adeus as ilusões, para o torcedor rubro-negro que ainda acalentava o sonho de sobreviver na Série A do Brasileiro. Uma lição dura para quem não aprendeu o básico: “Primeiro é primeiro, e segundo é segundo” em qualquer lugar do mundo.

Quando houve o acesso da Série B para a Série A, os gestores do futebol do clube leonino se embriagaram com o sucesso passageiro. De egos inflados, não perceberam a troca das locomotivas. Resultado: em momento algum o Sport conseguiu embarcar no trem da Série A. Sem conseguir subir na cambiteira, ficou chupando cana na beira do caminho. Agora, é aproveitar o resto da temporada, juntar os bagaços e aguardar o trem da Segundona, cuja locomotiva é uma Maria Fumaça que anda no ritmo ao qual o time da Ilha do Retiro joga.

Entendo que muita coisa mudou no futebol nos últimos vinte anos, período em que o esporte mais popular do planeta se transformou em um dos negócios mais rentáveis do mundo. Entretanto, algumas peculiaridades são imutáveis. Quando não se tem conhecimento da essência, o trabalho de campo não prospera. É como se você pegasse um executivo com expertise no ramo de hotelaria e colocasse a frente de uma secretaria de educação, ou transferisse um profissional do agronegócio para a gerência de um hospital.

“Cada macaco no seu galho”, reza a sabedoria popular.

Imaturos, mas extremamente vaidosos, os gestores do futebol do Sport foram facilmente ludibriados na montagem do elenco visando a edição 2025 do Brasileiro da Série A. O futebol é uma praça aonde o vai e vem de espertalhões sempre existiu. Nos dias de hoje, os lobos travestidos de cordeiros, passaram a ser mais persuasivos atuando como executivos e empresários.

O presidente, Yuri Romão, tem feito um “mea culpa” em algumas entrevistas, mas sua verbalização não irá consertar os erros cometidos pelos jogadores dentro das quatro linhas. Naturalmente que, a pífia campanha na qual o Sport contabilizou apenas uma vitória em vinte apresentações é a resultante de uma montagem equivocada de elenco.

Com os bolsos das calças abarrotados de dinheiro, os trainees de diretores foram as compras e encheram a prateleira de carne de pescoço achando que fosse filé. O produto apresentado pelo Sport nos jogos foi difícil de digerir, uma vez que não estava à altura do “banquete” que é servido na Série A. O torcedor leonino fez sua parte, mas o time não correspondeu.

Intensidade se observa em qualquer nível de disputa. Harmonia e dinâmica encontramos em prateleiras mais altas. Qualidade, harmonia, dinâmica e intensidade são requisitos de quem está na elite buscando um futebol de excelência.

O trem sempre anda mais rápido. Até mesmo a velha cambiteira puxada pela Maria Fumaça. Eis porque temos que começar a correr antes de o trem chegar. Caso contrário, não vamos conseguir subir. Ver o trem passar e ficar com o bagaço da cana na mão dá uma frustação danada.

Uma sugestão: Que os dirigentes do Sport iniciem, agora, a corrida para subir nos primeiros vagões do trem da Série B em 2026.

Share this content:

Publicar comentário