Coronel Meira chama ministro do STF de ‘Bandido’ em entrevista

A política brasileira voltou a ser manchada por um episódio de desrespeito e falta de compostura por parte de um representante eleito. Durante entrevista ao programa Mesa Redonda, da Rádio Cultura, o deputado federal Coronel Meira (PL-PE) chamou o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, de “o maior bandido do Brasil”.

A fala, protegida pela imunidade parlamentar, ultrapassa qualquer limite da crítica política legítima e mergulha no campo da ofensa pessoal gratuita. Por mais que o deputado seja conhecido por seu alinhamento ao bolsonarismo e suas críticas contundentes ao STF, o que se ouviu foi um ataque de baixo nível, que desrespeita não apenas a figura do ministro, mas também a instituição que ele representa.

A democracia brasileira permite e até estimula o debate entre os poderes, as críticas e as divergências de opinião. Mas o que vimos foi o oposto: um discurso que despreza o decoro parlamentar e reforça o clima de tensão e ódio político que há anos envenena o debate público.

Coronel Meira não é um cidadão qualquer. É um deputado federal, com responsabilidades institucionais. Seu comportamento deveria ser exemplo de equilíbrio e respeito, independentemente das posições ideológicas. Transformar o parlamento e as entrevistas públicas em palanques de ofensas não fortalece a democracia, apenas fragiliza ainda mais as instituições.

O episódio teve repercussão moderada, concentrada principalmente em veículos de comunicação locais e em bolhas de redes sociais ligadas ao bolsonarismo. Essa fala  deixou claro, mais uma vez, o nível de deterioração de parte do discurso político brasileiro.

Que a crítica permaneça como ferramenta de fiscalização e não como instrumento de agressão pessoal. O país precisa de firmeza, mas, acima de tudo, de civilidade.

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