Morre Elyanna Caldas, dama do piano e da palavra em Pernambuco
A cultura pernambucana amanheceu em silêncio nesta quinta-feira, 12 de junho de 2025. Faleceu em Recife, aos 88 anos, a pianista, professora e acadêmica Elyanna Caldas, uma das figuras mais respeitadas da música erudita e da literatura no Estado. Ela estava internada no Hospital Memorial São José, onde veio a óbito deixando um legado que ultrapassa partituras e páginas escritas: um legado de arte, elegância e dedicação.
Elyanna Caldas foi uma das fundadoras do curso de música da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), onde formou gerações de músicos, com o mesmo rigor técnico e sensibilidade estética que marcaram sua própria trajetória. Sua atuação como professora não se limitava ao ensino formal: era uma mentora silenciosa, uma referência para quem acreditava que a música era, antes de tudo, uma forma elevada de humanismo.
Mas Elyanna não se fez apenas no piano. Ela também ocupava a cadeira de número 14 da Academia Pernambucana de Letras, onde levou sua visão artística para além das teclas, abraçando a palavra como forma complementar de expressão. Era, portanto, uma mulher de dois mundos: o som e a escrita. A harmonia e o verbo.
Sua carreira não foi limitada às fronteiras de Pernambuco. Elyanna se apresentou internacionalmente, levando o nome da cultura brasileira a palcos na França, na Polônia e em outros países da Europa, sempre com o mesmo refinamento e sensibilidade que encantavam plateias e colegas.
A perda de Elyanna Caldas deixa um vazio na cena cultural, mas sua história permanece como símbolo de uma geração que acreditava na arte como instrumento de transformação e beleza. Em tempos de ruído, sua vida foi melodia. Em tempos de pressa, ela nos lembrava do valor do compasso. Hoje, Pernambuco perde uma artista, uma intelectual e uma mulher que afinou sua existência com as notas mais altas da sensibilidade.
O velório e demais informações ainda não foram divulgados pela família.
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