EDITORIAL — Recife, uma cidade sequestrada pelo trânsito
Recife, cidade de tantas belezas naturais e culturais, tornou-se refém de seu próprio descaso administrativo. A cada chuva, o trânsito colapsa. A cada engarrafamento, a vida do cidadão é reduzida a espera, buzina e frustração. E o mais grave: isso não é exceção. Virou regra.
Na manhã desta terça-feira, levou-se duas horas e meia para cruzar um trecho urbano entre Boa Viagem e Casa Forte. Isso é inaceitável. O problema não está apenas nas chuvas, mas na estrutura que já não suporta mais o cotidiano da cidade. Quando chove, o caos piora. Mas mesmo em dias secos, Recife continua parada. Não por falta de alternativas, mas por falta de vontade política.
A gestão do prefeito João Campos se mostra ausente das prioridades urgentes. Em vez de investir com seriedade em drenagem, mobilidade e planejamento urbano, insiste em obras pontuais que pouco ou nada alteram a realidade do cidadão comum. É uma administração que parece mais preocupada com a visibilidade do que com a viabilidade da cidade.
O recifense não quer promessas. Quer fluidez. Quer respeito ao seu tempo. Quer uma cidade funcional, que o trate com a dignidade que merece. O tempo perdido nos engarrafamentos, o dinheiro desperdiçado pelos trabalhadores que dependem das ruas para sobreviver, a sensação de abandono — tudo isso é o retrato de um modelo que falhou.
É hora de mudar o foco. Priorizar o essencial. Recife precisa voltar a andar. E para isso, quem governa precisa sair da inércia.
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